a solidão nunca foi estranhamento, senão a irmã mais velha que não tive. na infância me juntei aos livros como quem pede um amigo pra brincar. mal sabia que viria com bagagem, carregando muito mais do que brinquedos.
depois veio a solidão real – a de deixar o ninho pra crescer de fato. as madrugadas viraram confidentes, conselheiras da vida real. pra que mesmo terapia se se tem a noite inteira? todas as estrelas se transformam na resposta. até mesmo pras perguntas que não tive.
hoje é mais um desses dias, de olhar pra dentro. porque é a isso que a solidão chama, e muitas vezes nos convoca pelo nome. um mergulho interior sem volta, não sem tocar o chão da própria alma. e entender se ela (ainda) é um lugar bom, e se há espaço para a própria companhia
Quanta alma e sensibilidade neste texto. Impossível ler e não refletir sobre sua vida.